CEO da Bungie revela que demissão em massa aconteceu por baixo desempenho de Destiny 2

O número total de funcionários atingidos pelo layoff é de aproximadamente 100 pessoas

Em uma reunião interna para falar sobre a demissão em massa que a desenvolvedora Bungie realizou na última segunda-feira (30), o CEO do estúdio, Pete Parsons, supostamente disse aos funcionários restantes da empresa que foram mantidas "as pessoas certas" para continuar trabalhando em Destiny 2.

Em conversa com funcionários e ex-funcionários da Bungie, o IGN confirmou que a Bungie assumiu a responsabilidade das demissões, ao invés de colocá-las nas mãos da controladora Sony. Parsons afirmou aos trabalhadores restantes que o layoff foi realizado por conta do baixo desempenho de Destiny 2 ao longo do último ano e pelo baixo interesse demonstrado pelo público em relação a expansão The Final Shape.

Agora o IGN também pode confirmar de forma independente que The Final Shape foi diada para junho de 2024 e que o jogo Marathon foi internamente adiado para 2025 - o desenvolvimento do game começou em 2019.

Marathon is among the games confirmed to be delayed.
Marathon está entre os projetos adiados da Bungie

O funcionários também receberam a informação de que o sentimento dos jogadores de Destiny 2 não anda muito bom. Fontes afirmaram ao IGN que esse problema foi repetidamente repassado para lideranças nos meses que precederam a onda de demissões, com os trabalhadores implorando por mudanças para conquistar os jogadores e a comunidade do jogo novamente.

Um ex-funcionário da Bungie lembrou que, após a empresa ser adquirida pela Sony em 2022, eles foram repetidamente informados de que nãohaveria demissões e citou um item de um relatório semestral da Sony que afirmava que US$ 1,2 bilhão da aquisição, de US$ 4 bilhões, seriam explicitamente usados para a retenção do quadro de funcionários. Vários empregados confirmaram que o dinheiro foi distribuído entre o pessoal, sendo dividido em vários pagamentos variando com base na disciplina e tempo de casa.

Outros funcionários ainda relataram ao IGN que se sentiram especificamente frustrados com as demissões por conta da empresa ter investido em novos escritórios, com o dobro do tamanho de seu espaço anterior, além de ter feito um upgrade em Bellevue.

Parsons foi criticado por chamar a onda de demissões de "dia triste na Bungie" em um tuíte que recebeu muitas respostas de funcionários desapontados e bravos com a situação.

O número total de pessoas demitidas ainda é nebuloso, mas as fontes acreditam que o número gira em torno de 100 funcionários. Múltiplas fontes afirmaram que internamente as lideranças da empresa tentaram ofuscar o número total, desencorajando que as pessoas conversassem sobre o tema em chats da empresa.

Ouvimos das fontes que as demissões impactaram as equipes de comunidade, arte, engenharia, recrutamento, direito, áudio, controle de qualidade, estúdios criativos e tecnologia da informação, de diversos projetos, incluindo Destiny 2 e Marathon, além de múltiplos membros do comitê de diversidade da empresa e do clube de acessibilidade.

Os funcionários demitidos estão recendo indenização de três meses de benefícios de saúde, embora outros benefícios da empresa tenham sido encerrados imediatamente.

Ser considerado dispensável dói

Diversos funcionários se mostraram frustrados com as demissões, afirmando que as decisões que levaram aos problemas da empresa com dinheiro estavam foram das mãos deles e que se sentiram punidos por um problema que não causaram.

"É definitivamente estranho ser a pessoa demitida com base nas decisões e desempenho de pessoas em departamentos em que eu não tinha envolvimento", disse ao IGN um ex-funcionário demitido. "Ser considerado dispensável dói."

O IGN também foi informado de que diversos funcionários do departamento de controle de qualidade foram demitidos nas últimas semanas precedentes ao layoff. O número exato não foi informado, mas certamente era preocupante pois o líder do time enviou um email sobre o assunto para seus funcionários. Tivemos acesso ao email, que afirmava que as demissões "não eram layoffs e nem o resultado de cortes de custo", adicionando ainda que "se algum dia fizermos um layoff, seremos muito francos sobre isso."

An artist's rendering of Bungie's new headquarters circa 2021. Source: Steelcase.
A imagem do projeto do novo escritório da Bungie | Imagem: Steelcase.

Funcionários familiarizados com a situação disseram ao IGN que as demissões vieram juntamente com o que parecia ser uma “repressão” crescente ao controle de qualidade, com o crescimento de responsabilidades profissionais e várias pessoas sendo colocadas em planos de melhoria de desempenho (PIPs) por infrações aparentemente não tão graves.

Em 2021, o IGN conversou com 26 funcionários atuais e antigos da Bungie sobre uma cultura de trabalho tóxica e generalizada na desenvolvedora de Destiny 2, que na época parecia estar melhorando lentamente graças aos esforços contínuos dos funcionários locais. No entanto, no início deste mês também informamos sobre um processo em andamento movido contra a Bungie por uma ex-gerente de RH, que afirma ter sido demitida injustamente por denunciar possível preconceito racial na empresa.

O IGN entrou em contato com a Bungie, pedindo por um pronunciamento da empresa sobre os fatos acima.

*Traduzido por Bia Coutinho


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Destiny 2

Bungie Software | 6 de Setembro de 2017
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