O mercado GovTech é o setor com maior potencial global, estimado em US$ 78 bilhões, com uma taxa de crescimento anual de 27%, o que representa o dobro do mercado Fintech, segundo Ibrahim Köran, da Heliad AG, durante o Govtech LATAM de BID Lab - GovTech Day 2024 - evento que tive o privilégio de participar trazendo o GovTech Lab como iniciativa que vem se consolidando no setor de inovação e transformação governamental.
Diante das falas e painéis de discussão, fica a pergunta: E o Brasil, está aproveitando essa oportunidade? Minha opinião, é que estamos ficando para trás, perdendo um tempo precioso para pegar essa onda no momento certo.
Ainda há tempo? Sim, mas precisamos de visão e articulação para construir um verdadeiro ecossistema GovTech.
No Brasil, algumas iniciativas estão surgindo em governos estaduais e municipais, mas para consolidar um ecossistema é necessário ativar diversos atores. Aqui não estou me referindo apenas ao processo de transformação digital.
O Laboratório de Inovação tem um papel relevante no desenvolvimento da inovação interna dos serviços públicos, preparando terreno para o futuro. Porém, faltam recursos dedicados a impulsionar o ecossistema GovTech.
Bancos de fomento poderiam ter um papel crucial nesse processo, mas a GovTech ainda não é uma prioridade clara. A nova Lei de Licitações traz a possibilidade de compras públicas de inovação, mas resta ver quão flexível será o ambiente para que as startups vejam vantagem em investir tempo e recursos no setor público.
Além disso, o Venture Capital brasileiro ainda não identificou o potencial do segmento GovTech, o que limita a evolução do ecossistema.
Com as eleições de 2024 e 2026 no horizonte, acredito que teremos algumas possibilidades de ampliar o entendimento e construir um futuro de governos inteligentes. Tudo depende se as próximas lideranças enxergarão essa oportunidade e decidirão por surfar essa onda.
Enquanto isso, devemos apoiar ao máximo as iniciativas, os governos locais e estaduais que estão tomando a frente e liderando o futuro de governos inteligentes, eficientes, transparentes, sustentáveis e mais próximos das pessoas.
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