Matéria recente do Futuro da Saúde trouxe a discussão sobre migração de cirurgias para ambientes ambulatoriais (ASCs), que, de acordo com a matéria, podem concentrar ~85% das cirurgias nos Estados Unidos. Aqui na L.E.K., já analisamos o tema sob diferentes perspectivas e especialidades, então gostaria de compartilhar meus “2 cents” sobre o tema.
1. Desenvolvimento de mercados internacionais teve investimentos de fora de setor: fundos de private equity foram um dos grandes incentivadores do modelo, ao criarem plataformas via M&As e “roll-ups” de médicos ou através de JVs com instituições consolidadas. No Brasil, alguns fundos vem buscando estratégias similares, mas investimentos ainda se limitam a poucas especialidades, como oftalmologia (e.g., XP e Patria)
2. Apesar de positivo para pagadores, credenciamento é barreira importante: cirurgias em ASCs são mais baratas e geram menos riscos para pacientes (e.g., infecção hospitalar) e, portanto, poderiam ser uma iniciativa importante para reduzir sinistro das operadoras. Contudo, movimentos recentes do mercado esbarram na falta de desejo de operadoras de credenciarem novos serviços para crescer, pelo fato de (i) as operadoras não confiarem no modelo, (ii) julgarem que pacientes não teriam interesse em serem cuidados nesses ambientes ou (iii) não estarem abertos para discutir expansão de rede, mesmo que benéfica. Dito isso, com crescimento de verticalização (real ou virtual) esse tema pode ganhar tração e mudar o status de algumas especialidades.
3. ASCs podem ter papel fundamental em várias especialidades: como mostrado na fugira abaixo, procedimentos de complexidades e especialidades diversas podem ser levados para ambiente ambulatorial. Além disso, avanços tecnológicos permitirão expansão da lista de procedimentos possíveis ao passo em que aumentem a eficiência do corpo clínico, reduzam os riscos dos procedimentos e reduzam o tempo de recuperação pós-cirúrgica
4. Brasil pode se inspirar em outros mercado para saber por onde começar: nos Estados Unidos, oftalmologia (similar ao Brasil), gastro e dor são as especialidades com maior percentual de procedimentos dentro de ASCs (todas com mais de ~50%), enquanto que ortopedia, spinal e cardio (inluindo vascular) compõe as especialidades que devem ter o maior crescimento nos próximos anos, com crescimento de volume próximo aos 10% a.a.
ASCs podem ser uma ferramenta importantíssima na construção de um sistema mais sustentável. Se o Brasil já começou o movimento para oftalmologia, por que não seguir avançando para outras especialidades?
Qual sua visão sobre o tema?
Link para matéria: https://lnkd.in/dKp5HE5Z
SÓCIO PROPRIETÁRIO na Carci IND.E COM.
9 mPARABENS DRA. LINAMARA!!! De um sonho a uma Realidade e se ampliando e o mais importante com a mesma qualidade de atendimento em todo o Estado de São Paulo.