Amy Webb está para o SXSW do mesmo jeito que o Roberto Carlos está para o final de ano da Globo.
Mais um mês de março que a gente sabe exatamente o que esperar do maior festival de inovação do mundo:
A cobertura que você nunca viu do festival feito pelo mesmo veículo que publica todo ano a mesma sequência de textos;
A caravana que vai fazer a melhor curadoria do festival exclusiva pra ti, e mais outras 300 pessoas, que pagaram para fazer parte desse seleto grupo;
A nova sigla da tecnologia que vai mudar o nosso jeito de fazer negócio, consumir entretenimento e se relacionar;
Claro, o mais importante, minha esposa votando do SXSW convicta de que quer morar em Austin no futuro. Dura um mês, mas sempre acontece. Sempre no mês de março.
Mas falando sério, é bonito de ver. A Carol chega com os olhos marejadas quando fala dos insights que teve numa palestra que assistiu por acaso. Ela volta destemida, renovada e com a criatividade afiada. Volta outra pessoa - ou apenas lembra quem é. Mas ela não é a única, tenho outros amigos e conhecidos que voltaram com o mesmo espírito. São eles que me fazem querer ir e sentir o mesmo.
O festival deve ser foda. Quero ir e, quando for, quero levar mais gente que veio de onde eu vim comigo. Imagina? Colocar gente que pegou o 613 comigo, sentido à Vila Elizabeth, trocando ideia com gente que nunca pensou em encontrar na vida. Fico imaginando quantas trocas ricas poderiam acontecer.
Mil pensamentos. Mil reflexões. A gente pensa em chegar lá e já traça mil planos pra levar outros de nóis junto. Mas quem tá lá, mesmo, nunca ousou imaginar outro grupo menos homogêneo. E é esse grupo que vai, e volta, falando do novo de novo, do mesmo jeito que sempre fez. É por isso que não é difícil fazer um bingo das devolutivas do festival.
Confesso que, ainda assim, todo ano espero algo mais crítico (ou apenas menos raso) da maior delegação que se desloca pra Austin no mês de março.
E, se você prestar bastante atenção, esse texto nem é sobre o SXSW.
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