Cooperativismo Popular
O que diferencia o cooperativismo tradicional do chamado cooperativismo popular é que esse segundo é formado por grupos de pessoas excluídas do mercado de trabalho assalariado por fatores diversos como baixa escolaridade, falta de capacitação ou qualificação atualizada, idade, trabalhadoras do lar, egressos do sistema prisional, pessoas que não se adaptam ao trabalho assalariado e empreendedores que pretendem gerir o próprio negócio, mas, sabem que sozinhos não conseguem.
E com o movimento da economia solidária que surge o cooperativismo popular, ainda sem um conceito próprio definido, essas cooperativas são incentivadas em projetos de combate ao desemprego e na geração de negócios à empreendedores que após uma formação entendem o cooperativismo como a melhor forma de desenvolver o trabalho coletivo com geração de renda e autogestão garantidos por lei.
Geralmente os recursos dos pretendentes em atuar em uma cooperativa popular para investimento são limitados, baixos ou nenhum, fazendo-se necessário que recebam capacitação desde a estruturação da cooperativa, passando pela elaboração de um plano de negócios, formação legal da cooperativa até o acompanhamento inicial do trabalho coletivo.
Como explicita Gaiger: “Quando se passa da condição de empregado ou de produtor subordinado para a condição de trabalhadores independentes associados que precisam controlar os fatores produtivos, o entendimento deve ser outro. Nenhuma iniciativa econômica, seja em forma autogestionária ou no modelo empresarial tradicional, consegue sobreviver sem planejar e organizar suas atividades racionalmente, isto é, tornando-as eficazes em vista do incremento progressivo do capital já acumulado.”[1].
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Quando o cooperativismo popular é apresentado dentro de um projeto realizado com a economia solidária e ainda enquanto política pública o resultado não é apenas econômico, há uma transformação social através da motivação de inverter o caráter individualistas que culturalmente estamos habituados para a cultura solidária onde todos ganham e não apenas uma minoria.
[1] Gaiger, Luiz Inácio. Sobrevivência e utopia – Os projetos alternativos comunitários no RS. Série Cultura e Movimentos Sociais nº 10, Cedope/Unisinos, 1994.p.40
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