Mestre da palavra
A difusão da Divina Comédia tem algo de inigualável: o número de manuscritos existentes, aparece em segundo lugar depois da Bíblia. Alguns anos após a morte de Dante, as cópias já estavam se multiplicando por toda a Itália. O livro foi lido pelas classes cultas, mas também pelas populares.
A ideia de escrever um poema épico em linguagem mais popular foi o que determinou seu sucesso. Dante escreveu em uma linguagem que todos entendiam e, como ele já havia sonhado no Convívio: “este será o pão do qual milhares se saciarão. Esta será uma nova luz, novo sol, que nascerá onde os usados desaparecerão "(I Conv XIII).
Entramos na estrutura da Comédia dando alguns números:
O trabalho é UM, dividido em 3 Cânticos, com um total de 100 cantos (1 canto como Prefácio + 33 cantos para o inferno + 33 de purgatório + 33 de paraíso).
Composto de 14.233 versos hendecassilábicos, isto é, de 11 sílabas, o livro é dividido em tercetos "Dantesco" (cada terceto é composto, portanto, por 33 sílabas).
Existem 101,698 palavras usadas e 12,831 novas palavras criadas!
A palavra amor aparece 148 vezes (19 vezes no inferno, 50 no purgatório e 79 no paraíso).
O nome Cristo aparece pela primeira vez no Purgatório XX, 87 e rima sempre e somente consigo mesmo!
Cada Cântico termina com a palavra "estrelas" ("E, portanto, saímos para ver as estrelas", "Puros e dispostas a subir para as estrelas", "O amor que move o sol e as demais estrelas"). E muito, muito, muito mais!
Mas, do que trata a Divina Comédia? Saberemos isso amanhã, no próximo e último post desta série em preparação para o dia 25/03.