Os avanços substanciais no PCM com o uso das Tecnologias 4.0

Na edição passada, vimos como IoTs são utilizados para enviar informações coletadas pelos sensores para um sistema central que processa e analisa os dados em tempo real, identificando possíveis falhas e gerando alertas para a equipe de manutenção.

Uso do IA e RA na manutenção

Diversos setores industriais adotaram tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Realidade Aumentada (RA) para otimizar a gestão e planejamento da manutenção de seus parques industriais. Alguns exemplos mais proeminentes incluem a indústria automotiva, de aviação, de energia (petróleo e gás, energia elétrica), de mineração, entre outras. A escolha dessas tecnologias depende das necessidades e objetivos específicos de cada empresa, mas em geral, aqueles com equipamentos e maquinários mais complexos e/ou de alto valor agregado tendem a se beneficiar mais com essas soluções.

Utiliza-se a Inteligência Artificial e o Aprendizado de Máquina para integrar os dados de manutenção, trabalhando de maneira preditiva, analisando o histórico de máquinas, equipamentos ou instrumentos, cruzando informações em tempo real de forma a prever eventos que possam parar ou atrasar os processos operacionais do parque industrial.

Os usos da Inteligência Artificial nas atividades de manutenção incluem:

1. Predição de falhas: usando técnicas de aprendizado de máquina, a IA pode analisar dados de sensores e outras fontes para identificar padrões e prever quando uma falha pode ocorrer, permitindo que a manutenção seja agendada antes que a falha ocorra.
2. Análise de dados: a IA pode ser usada para analisar grandes conjuntos de dados de sensores e outras fontes, identificando tendências e padrões que podem indicar problemas iminentes ou oportunidades de melhoria.
3. Otimização de manutenção: a IA pode ser usada para analisar dados de manutenção e operação para identificar oportunidades de melhoria, como ajustar o cronograma de manutenção ou melhorar o desempenho do equipamento.
4. Diagnóstico de falhas: um IA pode ser usado para analisar dados de falhas e sintomas para diagnosticar o problema subjacente e recomendar soluções de reparo.
5. Automação de manutenção: a IA pode ser usada para automatizar tarefas de manutenção, como manutenção e reparo, usando robôs e outras tecnologias avançadas, atuando principalmente em ambientes críticos.

A Realidade Aumentada, por sua vez, viabiliza a possibilidade de sobrepor informações digitais sobre o mundo real. Com a RA, é possível criar um ambiente virtual que permite aos técnicos visualizar e interagir com modelos 3D dos equipamentos e, dessa forma, ajudar a equipe de manutenção a diagnosticar falhas com mais rapidez e precisão. Também pode ser usada no suporte remoto, permitindo que os técnicos forneçam orientações em tempo real para aqueles que estão realizando a manutenção no local.

Outra grande vantagem do uso de Realidade Aumentada está diretamente ligada ao treinamento de pessoal porque promove uma experiência mais imersiva e interativa. Através de dispositivos como tablets, smartphones ou óculos inteligentes, o RA pode projetar informações e instruções, permitindo que os técnicos vejam as informações relevantes sem ter que se deslocar para outro local ou consultar manuais em papel. Por exemplo, um técnico de manutenção que precisa reparar um equipamento pode usar a RA para visualizar informações sobre o equipamento em tempo real, como manuais de operação, instruções de manutenção, esquemas elétricos e de tubulação, e até mesmo informações de segurança. Além disso, um RA pode ser usado para criar simulações de treinamento, possibilitando que os técnicos pratiquem a manutenção em um ambiente virtual antes de aplicar suas habilidades no mundo real.

Ambas as tecnologias viabilizam um serviço de manutenção mais rápido, preciso e seguro. No entanto, vale ressaltar que o uso da realidade aumentada inclui alguns desafios que merecem consideração, como a necessidade de investimento em equipamentos de alta tecnologia dada a dificuldade em integrar um RA em sistemas já existentes,  falta de padrões e normas para sua implementação e a necessidade de mão de obra especializada, ainda que existam soluções prontas disponíveis no mercado que podem ser utilizadas com certo grau de customização. Com o avanço da tecnologia, contudo, a tendência é que a utilização do RA se torne cada vez mais intuitiva e acessível.

Todas essas tecnologias proporcionam a coleta e análise de grandes quantidades de dados em tempo real, fornecendo insights valiosos para melhorar a eficiência e a qualidade dos processos e, muito embora IA, RA e AM (aprendizado de máquina) já sejam suficientes para causar uma revolução no serviço de manutenção industrial, existem outras tecnologias que podem ter um grande impacto no futuro.

Com a rápida evolução das tecnologias fica cada vez mais evidente que as empresas que não se adaptarem correm um sério risco de ficar irremediavelmente para trás em relação aos seus concorrentes, perdendo oportunidade de melhorar sua produtividade e competitividade operacional em seus negócios, enfrentando dificuldades para atender às demandas dos clientes. Portanto, a integração rápida e eficaz das tecnologias 4.0 é crucial para as empresas que desejam permanecer competitivas.

Semana que vem, no último artigo dessa série, vamos abordar sobre quais indicadores devemos considerar no PCM e como estruturá-los. Falaremos também sobre a avaliação de resultados.

Participe!

Renato Buttini

Diretor da Máxima Serviços Industriais

 A Máxima Manutenção é uma subsidiária da Máxima SI e oferece consultoria especializada, contratos de manutenção terceirizada e uma plataforma WEB com funcionalidades exclusivas destinadas para apoiar a gestão da manutenção dos ativos.

Conheça nosso trabalho em: www.maximamanutencao.com.br

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