A Saúde dos Portugueses: Um BI em nome próprio
O estudo “A Saúde dos Portugueses", realizado no âmbito dos 25 anos da Médis, em colaboração com a Return On Ideas, procurou saber o nível de literacia em saúde dos portugueses, se estes procuram informação sobre saúde e, se sim, onde.
Na autoavaliação que fazem da sua literacia, ou seja, da sua capacidade de compreender e de avaliar sintomas e temas de saúde - numa escala de 1 a 10 - os portugueses inquiridos dizem estar nos 6.3. 40% dos inquiridos consideram ter uma literacia em saúde razoável e 33% admitem ter dificuldades ou baixa literacia. No entanto, ainda há 11% que consideram a sua literacia em saúde “muito boa”.
No estudo, mais de metade dos inquiridos (80%) revelam que procuram informação sobre saúde. Destes, apenas 12% dizem fazê-lo com frequência, 40% quando têm uma dúvida ou um problema e 29% admitem que o fazem raramente. Quanto à informação que procuram, 60% dos portugueses falam em "informação genérica", 36% em "informação específica sobre doenças para compreender melhor a linguagem médica" e 28% dizem procurar informação "específica sobre medicamentos" ou para "prevenir doenças".
Quando querem saber mais sobre saúde, o contacto direto com médicos ou profissionais de saúde revela-se a forma privilegiada de obtenção de informação (62%). Seguem-se os websites (34%; mas ainda com grande incidência nos mais jovens - 54%), os motores de busca (31%), os documentários e reportagens (26%) e os websites de prestadores privados (21%).
O estudo revela ainda que a procura de informação sobre saúde mantém-se estável para 61% das pessoas, enquanto aumenta para 35%. Para 45% dos inquiridos há hoje uma maior exigência e atenção à credibilidade das fontes de informação online.
Os resultados do estudo não sugerem correlações entre literacia e a escolaridade ou mesmo a idade. Contudo, por outro lado, o estudo mostra existir uma correlação entre o esforço para se ser saudável e o nível de literacia em saúde, ou até mesmo entre as idas à urgência e o nível de literacia, diminuindo as mesmas na proporção do nível de literacia. Isto vem demonstrar a pertinência do tema e a necessidade de reforçar o nível nacional de literacia em saúde.
Recomendados pelo LinkedIn
Sobre o estudo “A Saúde dos Portugueses”
Em maio, no âmbito dos 25 anos da Médis, lançou a primeira parte do estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio”, com coordenação da Return On Ideas e o acompanhamento da Professora Doutora Maria do Céu Machado, Presidente do Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos, Professora Catedrática Jubilada da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e ex-Presidente do Infarmed.
Nesta primeira parte do estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio”, foram apresentados dois indicadores de saúde: a “Saúde que se tem”, onde os inquiridos fazem uma avaliação do seu estado da saúde atual, numa escala de 1 a 10, e a “Potência Saúde”, que avalia em que medida as pessoas estão a empenhar-se para a sua saúde futura. Segundo os dados, 52% dos portugueses inquiridos avaliaram como “bom” ou “muito bom” o seu estado de saúde, enquanto 17% dos inquiridos o avaliaram como “mau” ou “muito mau”. Relativamente, ao indicador “Potência Saúde” os resultados revelaram que 46% dos portugueses não tem uma atitude pró-saúde, ou seja, têm poucos ou mesmo nenhuns comportamentos que melhoram ou potenciam a sua saúde futura.
O estudo também revelou que as mulheres atribuem pior pontuação à sua saúde do que os homens (7.1 vs. 7.4) e que uma em cada cinco diz considera-se “pouco ou muito pouco saudável”, no entanto, são mais cuidadosas e dizem ter mais comportamentos “pró-saúde” do que os homens. No que respeita à Covid-19, o estudo concluiu que para 69% dos inquiridos a pandemia não teve impacto na sua saúde. Por outro lado, 30% dos doentes com doença grave referem que a pandemia piorou a sua saúde, nomeadamente, por “piorar o acompanhamento médico de doenças ou problemas”.
Mais informações em: