Tá tranquilo, tá favorável...
Enquanto se discute o “livro” da Cláudia Leitte, as declarações da ex-amante do FHC, o triplex e o sítio cuja propriedade é e não é do Lula, o mosquito-vilão que transmite a zika, dengue e a chikungunya... Enquanto rola o BBB, os campeonatos estaduais, a Libertadores, o Nordestão, a Sul-Minas e a Liga dos Campeões da UEFA, numa overdose de futebol capaz de derrubar elefante, o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro se compara a um “dos eleitos de Deus”, é demitido por defender a “cura-gay” e o substituto se diz adepto do “teste da farinha”... Enquanto se debate o número de crianças nascidas com microcefalia e se o culpado da doença é a “mosquita”, a caravana circula, os cães uivam e a banda passa cantando versos de amor à massa surda... Enquanto foliões saudosos cantam marchinhas do Carnaval que passou, pacientes oncológicos clamam por medicamentos e atendimento digno, políticos e agentes públicos paulistas roubam a merenda das criancinhas... Enquanto o Brasil se afunda de vez num mar de dejetos e a ética, a honradez, a tolerância o apego à verdade e o Estado a serviço do cidadão são peças de ficção, ao olhar além da superfície se enxerga o quê? O governo federal comprando consciências e eleições com cargos (vide a vitória do líder do PMDB, deputado Leornardo Picciani), a presidente Dilma Rousseff et caterva preparando terreno para tentar fazer a sociedade engolir – a seco – a nova CPMF e a reforma da Presidência... O Brasil varonil de falcatruas mil se solidificando como republiqueta e balcão de negócios escusos, o desemprego atingindo – em novembro de 2015 – a marca histórica de 9,1 milhões de trabalhadores... E hoje, quantos estão alijados do mercado de trabalho por culpa de uma política econômica equivocada e desastrada? Dez milhões,11 milhões? E amanhã? E em outubro, quando a eleição municipal chegar? Definitivamente, o contexto é caótico, desalentador. Mas para aí! Só tem notícia ruim, o pessimismo tomou vitamina e nocauteou o otimismo? Calma, tá tranquilo, tá favorável. Há uma boa, excelente notícia: a sociedade está ligada, observando, avaliando, se politizando cada vez mais. E se conscientizando de que as mudanças necessárias – aqui, lá e acolá – dependem do povo – tão-somente. Mãos à obra! Ou seja: expulse os maus políticos por intermédio do voto consciente. Antes que os cupins devorem o que resta do Brasil.