ATUALIZAÇÃO (27/06/2023): Mais abaixo, acrescentei um trecho sobre o modo online.

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Need for Speed Unbound não apenas deixou de atender às minhas expectativas, como também me deixou irritado na maior parte do tempo por causa de seu gameplay.

Um dos maiores problemas é o spawn da polícia. Sua presença quase constante, tanto durante as corridas quanto fora delas, é excessiva e beira o absurdo. Tanto faz o trajeto escolhido, pois os policiais sempre estão no radar, o que torna quase inevitável iniciar uma perseguição. Além disso, a dificuldade para fugir aumenta de acordo com o nível de pressão, que vai de 1 a 5. Como resultado, tem sido comum gastar mais tempo evitando e fugindo das forças da lei do que efetivamente competindo.

Porém, a progressão também é problemática em relação às corridas. A sensação de estagnação deixa a experiência desanimadora, tudo porque as recompensas dos eventos são muito baixas. Isso, aliado à IA quase imperdoável dos oponentes e da polícia, faz com que a campanha se torne cansativa.

A história é água com açúcar e os personagens são tão memoráveis quanto as páginas em branco de um livro. Como se não bastasse, alguns deles têm uma personalidade irritante, me deixando na dúvida se os roteiristas quiseram representar pessoas reais ou apenas têm capacidades limitadas de escrever bons personagens.

Além disso, ficaram pontas soltas no final da história, como a eleição e a trama do Alec.

O áudio de forma geral é muito bom, com exceção das músicas, já que poucas são boas. É impressionante o dom da EA em escolher as piores músicas nos NFS recentes, sendo os últimos que tiveram trilhas sonoras realmente boas os lançados lá na década de 2000, como Underground, Underground 2, Most Wanted e Carbon.

E não, não é necessário gostar de um gênero musical para curtir a trilha sonora de um game - por exemplo, não gosto de rap e hip hop no meu dia a dia, mas as músicas do Underground 2 são maravilhosas para ouvir jogando.

Apesar de todos esses pontos negativos, Unbound possui coisas positivas além do áudio já mencionado. A customização dos carros se destaca, permitindo criar veículos com estilos, dirigibilidades e desempenhos únicos. O catálogo de carros é variado e atende a todos os gostos, desde quem curte carangos clássicos até quem é apaixonado pelos possantes mais modernos.

Uma questão criticada por muitos, o estilo gráfico não foi um incômodo para mim, como os efeitos de fumaça nas derrapagens e os desenhos que aparecem durante os saltos e ao usar o nitro. Já os personagens ficaram bonitos em cel shading – lembrando que NFS sempre brincou com o visual deles, tendo até usado atores reais, então ter a mente aberta sobre isso é fácil para quem realmente conhece a franquia.

Os gráficos em si também se destacam, especialmente devido à construção dos cenários. O mapa é composto por cidade e natureza, sendo bem decorado e com boa geografia. Além disso, a equipe da Criterion Games acertou na iluminação, um aspecto que costumava ser problemático quando a franquia estava nas mãos da Ghost Games. Já os modelos 3D, as texturas e efeitos como oclusão ambiental e reflexos fazem um ótimo trabalho e ajudam a entregar belíssimas imagens.

Da mesma forma, a otimização não deixa a desejar. Na minha máquina, com gráficos entre Alto e Ultra, em Full HD e sem usar técnicas de upscaling como FSR e XeSS, o game manteve-se em 75 fps cravados em sincronia com a taxa de atualização do monitor.

Depois de muita insistência e frustrações com o modo história, comecei o modo online. Minha conclusão, após 78 corridas disputadas, é que o multiplayer é muito mais divertido do que a campanha, pois não possui a IA roubada dos oponentes (obviamente) e nem da polícia, além das recompensas serem muito mais animadoras.

No modo online, há a presença da polícia, mas ela nunca aparece durante as corridas. As únicas maneiras de enfrentá-la são no modo especial que surge aleatoriamente pelo mapa, chamado de Execução, ou provocando-a ao colidir com as viaturas. Caso contrário, os policiais não enchem o saco, o que permite competir e explorar o mapa sem dores de cabeça.

Não vou alterar minha avaliação para "Recomendado", mesmo tendo uma boa experiência no modo online, pois, para mim, a campanha é o prato principal e o multiplayer é a sobremesa. Foi devido ao modo história que adquiri o jogo, afinal.