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Posted: 19 Nov, 2022 @ 12:27am
Updated: 22 Nov, 2022 @ 11:04pm

O primeiro jogo que entrega o que eu queria de Sonic... desde Adventure 2, provavelmente. Finalmente largaram aquela babaquice infantil do Generations pra cá e fizeram o personagem ser *cool as ♥♥♥♥* de novo -- melhor pra todos, a criançada vai ter a reação de "mãe, o Sonic é muito legal!" de novo, e os jogadores mais velhos... também dirão "mãe, o Sonic é muito legal"! Em suma, o tom do jogo volta a ser o dos Adventures, que é o que eu queria desde sempre. Eu me importo muito com *tom* em videogames, então pra mim isso foi o principal destaque de Frontiers.

Claro que eu também tenho que falar do roteiro -- o estranhamento, até pela pegada mais séria, é natural -- mas depois que eu me acostumei, tudo fluiu super bem. Na minha opinião, é o jogo de Sonic mais bem escrito até hoje, tanto em coesão narrativa quanto nas falas em si. Entendo alguns preferirem o enredo de SA2, por exemplo, mas a execução aqui é simplesmente superior.

Mas antes que a lei do Carmack venha me pegar, vamos ao que interessa: o gameplay. A primeira ilha é, para mim, a melhor coisa que joguei de Sonic desde Generations. Daí é ladeira a baixo: o core loop se desgasta relativamente rápido, acho que até mais pela forma na qual a decidir jogar (focando em abrir o mapa primeiro e fazer as coisas depois), mas até que segura surpreendentemente bem a experiência até seu fim. O que piora com força mesmo é o level design: a segunda ilha é pior que a primeira, e a terceira é bem pior que a segunda. O boss da terceira também é bem jankyzinho, então nem isso salva. Pelo menos o boss da segunda ilha é um dos melhores da franquia.

Contudo, pra mim o jogo da um bom "pick-up" perto do final: me diverti com a breve quarta ilha, e gostei bastante da quinta, mesmo com o design reciclado -- isso não me incomodou *at all*, sendo bem sincero. Mas aí o final... hum. Narrativamente? Amei. Roteiro? Top. Estética? Arriscada, mas gostei, achei conceito. Gameplay...? Não tinha uma ideiazinha melhor não? Eu não cheguei a odiar, mas o final cria um contexto tão legal que eu simplesmente esperava ficar menos apático a ele. Uma pena.

Os gráficos são “bonitos o suficiente”, assim como o character design novo que achei… ok! O que me incomodou foram as cutscenes: pré-renderizadas, de qualidade batatosa, e lockadas a 30FPS. Ridículo.

A trilha sonora é *gif do cara tocando piano pegando pogo*. Simplesmente maravilhosa. Meu Deus, como senti saudades de uma boss fight aonde eu não sabia se me concentrava do gameplay ou se ficava batendo cabeça, bom demais. E a trilha é ótima em todo o seu ecletismo: a metalera é boa, o acompanhamento sinfônico temático das ilhas é bom, as músicas eletrônicas do Cyberspace são boas, e as músicas mais “tristes” definem muito bem a emoção das cenas onde são postas. Sound Team de parabéns, como de costume. Absurdo ela não estar no TGA.

Em suma, muitas coisas podiam ser melhores, mas Sonic Frontiers é realmente um jogo muito bom, e recupera o que, para mim, é a melhor abordagem do personagem (SA, SA2), há muito adormecida. Espero que continuem nessa linha -- não de gameplay (sinceramente, pra mim, já deu por aqui, não tenho muito interesse em ver eles reiterando esse fórmula), mas de tom. A Sega **tem** que observar a ótima ressonância que o tom do jogo teve com os fãs e até com o público "externo" e mantê-lo. Isso é essencial, ou eles vão alienar todo mundo de novo, e talvez aí seja definitivamente.

Agora é torcer pro Iizuka parar de baitar e meter um SA3 logo.

É isto. Se você é fã da franquia, considero Frontiers um título essencial, até por essa importância de recuperação de tom. Se você não é fã, mas se interessou por algo do game, certamente será uma experiência divertida, mas espere a Sega parar de cobrar o preço de um Patek Philippe no jogo.
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