Cinco principais soft skills executivas que CIOs precisam para liderar
Para navegar por uma crise como a pandemia, os executivos de TI estão alavancando suas capacidades de liderança e habilidades interpessoais tanto, senão mais, quanto suas habilidades técnicas.
CIOs têm experimentado uma mudança significativa no que é necessário para liderar em 2020 e agora devem adotar novas abordagens para envolver suas equipes e colegas, o que por sua vez tem mudado os tipos de habilidades necessárias.
CIOs primeiro flexibilizaram sua habilidade técnica ao permitir ambientes de trabalho a partir da casa em grande escala e desenvolver novas ofertas de tecnologia em resposta à pandemia de COVID-19. Mas rapidamente eles tiveram que alavancar suas habilidades interpessoais e habilidades de liderança para gerenciar uma força de trabalho virtual dispersa que está sob tremenda pressão para performar em um momento de grande incerteza.
“Essas habilidades sempre foram importantes, mas agora têm uma lupa sobre elas, pois o impacto se você as arruína é maior agora do que antes”, diz o treinador de equipe de liderança Mike Goldman, autor de Breakthrough Leadership Team.
Aqui trazemos um panorama sobre as cinco principais soft skills executivas, além de técnicas que os CIOs precisam para liderar agora e no futuro previsível.
- Calma sob pressão
A pressão para entregar operações tecnológicas impecáveis é tão intensa como sempre, já que a maioria das organizações mudou para um compromisso virtual generalizado quase da noite para o dia. Mas os CIOs não têm permissão para que essa pressão os afete, diz Hillary Ross, sócia gerente e líder da prática de TI na WittKieffer, uma empresa de recrutamento de executivos.
"Um CIO agora tem que passar um senso de calma e firmeza", diz Ross, enfatizando que os CIOs precisam modelar a disciplina e a determinação para manter as equipes avançando e minimizar o medo e o pânico tão perturbadores entre os funcionários.
Sean Wechter, CIO da Qlik, sabe disso em primeira mão e diz que os trabalhadores estão navegando pelos problemas macro do dia, bem como por complexidades menores, como o atraso na entrega de computadores portáteis para novos empregados, devido a lockdowns. "Você tem que ser capaz de acalmar as coisas em muitas frentes para que todos possam se concentrar", diz ele.
Wechter viu aumentar os níveis de estresse entre os funcionários e a pandemia trouxe mudanças dramáticas e significativas nas vidas pessoal e profissional de todos. Como resultado, Wechter decidiu conduzir verificações regulares com os funcionários de TI da empresa.
"Sabemos que os funcionários estão lidando com fatores estressantes nos bastidores, como pessoas com crianças em casa enquanto tentam trabalhar, então temos contato para nos certificar de que tudo está bem", diz ele.
- Empatia
Bruce Beam, CIO do (ISC) ², organização sem fins lucrativos especializada em treinamento e certificação para profissionais de cibersegurança, diz que teve que ajustar os limites de comportamentos aceitáveis.
“Tivemos que dar um passo atrás e olhar para as regras. [Por exemplo], normalmente não teríamos um bebê em uma [vídeoconferência] de Webex, mas agora acontece de vez em quando", diz ele. Como CIO, ele está de acordo com isso e acredita que outros executivos devem desenvolver uma empatia sincera pelas circunstâncias extraordinárias nas quais se encontram muitos funcionários agora e aceitar alguns dos ajustes necessários para atravessar esse período.
“Quando se fala em habilidades humanas, definitivamente estamos fazendo muito mais exercícios hoje”, diz Beam. "E as pessoas que não são empáticas neste momento, são vistas de forma muito severa."
- Autodisciplina
"Realmente precisamos ser especialistas em administrar e dirigir a nós mesmos", diz Goldman. Quando se trata de soft skills executivas, isso pode significar melhorar a sua abordagem e resistir às distrações ou melhorar em determinar o que você pode controlar ou não.
"Em março, quando veio a COVID-19, foi uma loucura e tudo se tratava de sobrevivência. Então chegamos a este momento estranho, nos instalamos e nos demos conta de que podemos ser produtivos de forma remota", diz Goldman. Mas o que estou descobrindo agora é que as coisas têm regressado e as pessoas estão doentes e cansadas e não obtém a energia para trabalhar com outras pessoas que estão estressadas. Como líder, você tem que lidar com esse estresse opressor e ser forte, e não dá para ser forte por outras pessoas se você mesmo não é."
- A capacidade de treinar
Os CIOs devem polir suas habilidades de coaching, já que agora lideram equipes virtuais cujos membros frequentemente funcionam em ritmo frenético para atender as demandas, de acordo com Goldman. Somado a isso, os CIOs devem compreender que o coaching não é simplesmente perguntar aos membros da equipe se eles estão fazendo seu trabalho a tempo.
"Isso é se tornar responsável por alguém", diz Goldman. Naturalmente, os CIOs devem dar responsabilidade a seus trabalhadores, ajustando os horários e as expectativas conforme seja necessário sob as circunstâncias, mas não devem pensar que isso é o suficiente.
“O que os CIOs precisam fazer é treinar, mostrar que eles se preocupam e ser seus mentores. Isso é saber ouvir e fazer as perguntas corretas ao invés de pensar que tem que dar o conselho correto” explicou. "O treinamento deve consistir em ajudar a suas pessoas e desafiar suas pessoas a melhorar a cada dia, cada semana, cada mês, cada ano"
- Ser visionário
Dan Roberts, CEO da Ouellette & Associates Consulting Inc., pesquisou os departamentos de TI de alto desempenho, identificando as 15 características principais que compartilham. Destas 15 características, apenas uma era técnica e as outras 14 foram habilidades de liderança e negócios, incluindo a liderança de sucesso da mudança, a influência e comunicação eficaz. Os CIOs devem continuar aproveitando todas as soft skills executivas hoje para criar uma visão para o futuro e executá-la.
“Os CIOs precisam ser formadores de visão, precisam ser criadores de mercado e precisam ser desenvolvedores de talentos”, diz Roberts. "Temos de criar e comunicar uma nova narrativa para a nossa empresa, eliminando o atrito da experiência do cliente, gerar nova receita [e] antecipar formas de nos transformar a nós mesmos, assim como nossa indústria".