Automação Robótica de Processos: por que sua empresa deveria olhar para isso?

A tecnologia, que sistematiza a realização de atividades repetitivas, já é realidade no mundo e gera frutos para empresas como a Bunge

Robôs em escritórios já são realidade para muitas organizações. A aplicação de Robotic Process Automation (RPA, em inglês, ou Automação Robótica de Processos, em português) vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. De acordo com a consultoria Gartner, 50% das empresas adotavam amplamente a RPA em 2019 e a estimativa é de que esse indicador suba para 90% agora em 2022.

RPA é uma aplicação tecnológica de automação de processos que utiliza softwares robôs para a realização de tarefas repetitivas por computadores e sistemas. E não é por acaso que está se popularizando. A automação de processos permite melhorar a eficiência e a eficácia de tarefas operacionais, reduzir custos e promover a utilização mais inteligente e estratégica dos talentos de uma empresa.

Em um estudo exploratório sobre o tema, publicado no Journal of Information Systems and Technology Management, em 2019, o professor indiano Somayya Madakam, Hajesh M. Holmuke e o pesquisador Durgesh Kumar Jaiswal disseram que as empresas que não adotarem RPA correm risco de não se manterem competitivas em um futuro próximo. Segundo eles, a RPA se tornou a nova linguagem dos negócios. 

Automação Robótica de Processos na prática

As possibilidades de aplicação de RPA são extremamente amplas e podem incluir desde a coleta e checagem de informações até o gerenciamento de estoques, processamento de faturas, criação de relatórios, entre muitas outras funções. Diversos setores têm se beneficiado desta tecnologia, inclusive o agronegócio.

A Bunge, por exemplo, tem um time exclusivamente dedicado a executar projetos de RPA para diversas outras áreas da companhia, como Contabilidade, Auditoria, Contas a Pagar e Receber, Controle de Matéria Prima, Recursos Humanos, Logística e Vendas.

A equipe chamada de Bunge Business Service Automation (BBS Automation) utiliza ferramentas de diferentes fornecedores para desenvolver soluções customizadas que respondam aos desafios específicos da empresa, que é uma das maiores companhias globais de agronegócio, alimentos e ingredientes.

Mais de 230 automações já foram realizadas para áreas da Bunge não só no Brasil, mas também na América do Sul, América do Norte, Europa e Ásia. O número de projetos executados pela equipe BBS Automation vem aumentando ano a ano e a iniciativa com origem no Brasil já possui correspondente na Bunge da Índia, com foco na prestação do serviço para unidades da empresa em toda a Ásia.

Um caso prático de como a RPA pode contribuir para aumentar a eficiência pode ser observado em um projeto recente desenvolvido pelos times de Compras e BBS Automation da Bunge. O projeto consistiu na utilização de RPA para a realização do follow up de fornecedores, com objetivo de garantir a entrega de pedidos dentro do prazo acordado em contrato.

O robô, desenvolvido pela empresa, coleta diariamente a lista de novos pedidos abertos no sistema de gestão utilizado pela companhia, abre chamados de acompanhamento para cada um deles, envia ao fornecedor um e-mail formalizando as condições do pedido para a confirmação, faz a leitura da resposta e, próximo da data da entrega do pedido, envia um e-mail ao fornecedor alertando que o prazo se aproxima.

A Bunge gerencia cerca de 70 mil pedidos de compras por ano no Brasil - que vão desde material de escritório a equipamentos industriais. A automação do acompanhamento e follow up dos pedidos, em conjunto com os demais processos da equipe de compras, contribuiu com um salto na quantidade de entregas dentro do prazo, de 30% antes do RPA para 90% depois da automação.

A partir desse exemplo é possível entender como a RPA pode tornar os processos mais práticos e eficazes e, também, a importância da aplicação dessa ferramenta para execução de atividades que parecem simples, mas que, em função do alto volume, podem se tornar desafiadoras.

Tendência no agro mundial

Se forem necessárias ainda mais evidências para provar a relevância da RPA para o agronegócio, basta dizer que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), possui um centro de excelência em RPA (USDA RPA Center of Excellence). Há, inclusive, uma página dedicada ao assunto no site da instituição. O USDA iniciou a aplicação de RPA para tarefas financeiras de rotina e, posteriormente, ampliou o uso de aplicações para todo o departamento.

A utilização de RPA associada a outras tecnologias como inteligência artificial, machine learning, cloud computing, big data, blockchain, entre tantas outras, faz parte do importante movimento de transformação digital que vemos em andamento hoje.

A experimentação dessas aplicações está moldando a forma como conduziremos os negócios no futuro e, em concordância com os pesquisadores indianos aqui mencionados, certamente vão estabelecer novos critérios de competitividade no mercado. 

Artigo originalmente publicado neste link.