📨Na última edição da Impacto, newsletter da Repórter Brasil, o repórter especial Daniel Camargos analisou as ações do governo Lula na reforma agrária. Apesar de um grande anúncio recente, o ritmo das desapropriações tem sido lento. Além disso, um detalhe chamou atenção: entre as fazendas desapropriadas, está a Santa Lúcia, palco da maior chacina no campo deste século. Mas o governo preferiu não destacar esse fato. Confira um trecho adaptado da análise: “Enquanto apurava uma matéria sobre as primeiras desapropriações de terras do atual governo, avisei um líder dos acampados da Fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco (PA), que o local seria desapropriado. Mas as 220 famílias que vivem lá não foram informadas pelo governo federal. A Fazenda foi palco da execução de dez trabalhadores rurais sem-terra por policiais, na maior chacina do campo deste século no Brasil. Passada mais da metade do terceiro mandato, só agora o governo federal fez os primeiros gestos para a reforma agrária. Pelo menos 145 mil famílias vivem acampadas à espera de um lote de terra. A letargia foi tanta que até o MST, aliado histórico do PT, passou a disparar críticas. Mas não foi no sul do Pará que a paz foi selada entre os sem-terra e o PT, e sim em um evento no sul de Minas, onde Lula anunciou medidas para a reforma agrária. O pacote incluiu desapropriação de sete fazendas, incluindo três em Campo do Meio (MG), onde 450 famílias resistiram a 11 tentativas de despejo. No evento, Lula não usou o boné do MST — um gesto que sempre marcou sua trajetória — e não mencionou a Fazenda Santa Lúcia, palco da chacina de Pau D’Arco. Como disse Lula: ‘Nós não queremos dizer que o agronegócio não presta’. Curioso que, minutos antes, lideranças dos movimentos sociais tenham dito o oposto no mesmo evento.” 👉Siga acompanhando nossa cobertura sobre a luta pela terra e os desafios da reforma agrária: https://lnkd.in/dnATAEFZ 📩 Assine a Impacto e receba nossas investigações diretamente no seu e-mail toda semana: https://lnkd.in/ddReyQ8p
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Denunciamos violações de direitos humanos, investigamos cadeias produtivas de grandes setores e atuamos na prevenção do trabalho escravo.
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- São Paulo, São Paulo
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- Sem fins lucrativos
- Fundada em
- 2001
Localidades
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Principal
Rua Bruxelas, 169 - Sumaré
São Paulo, São Paulo 01259-020, BR
Funcionários da Repórter Brasil
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Guilherme Bueno
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Daniel Camargos
Repórter especial na Repórter Brasil, colunista na Carta Capital e Rainforest Investigations Network Pulitzer Center alumni
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Paula Bianchi
Award-winning journalist | Editor at Repórter Brasil | Member of the Oxford Climate Journalism Network
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Poliana Dallabrida
Jornalista investigativa na Repórter Brasil
Atualizações
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🚨 Drones e veneno: o avanço dos agrotóxicos no Brasil* Sabe aquela expressão “não existe nada tão ruim, que não possa ficar pior”? No Maranhão, quando o tema é agrotóxicos, esse é o cenário cotidiano. Após 11 anos de proibição, a Justiça Federal liberou a pulverização aérea de glifosato no estado. Na época em que foi proibida a aplicação por aeronaves desse herbicida, o Ministério Público Federal (MPF) alegou que o Estado não conseguia fiscalizar o uso descontrolado e irregular do agrotóxico. Na nova decisão, no entanto, o juiz federal Paulo César Moy Anaisse entendeu que o MPF não comprovou irregularidades. O glifosato é o pesticida mais utilizado no país. Países como México e Alemanha proíbem o seu uso devido a riscos ao meio ambiente e à saúde humana, como o desenvolvimento de câncer, depressão, Alzheimer e Parkinson. No Brasil, entretanto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu mantê-lo no mercado. Esta nova decisão da Justiça foi mais uma conquista do lobby dos agrotóxicos. Outra vitória aconteceu em dezembro, quando o governador do Ceará Elmano de Freitas (PT) voltou atrás em seu posicionamento histórico e se uniu ao agro para liberar a aplicação de pesticidas por drone. Com a aprovação da Lei Zé Maria do Tomé, em 2019, o estado se tornou o primeiro (e único) a proibir a aplicação de agrotóxicos por qualquer tipo de aeronave em todo o seu território. Elmano foi coautor da lei. O discurso utilizado pelo agronegócio para permitir o uso de drones é que a deriva é menor do que a realizada por aviões, ou seja, o produto não desvia tanto do alvo. Porém, estudos realizados em outros países mostram que até 55% do volume aplicado por drone se espalhou pelo entorno. O drone também está sendo utilizado como uma espécie de "arma química", de acordo com relatos ouvidos pela Repórter Brasil. E o Maranhão tem sido o principal palco desses ataques. Dados obtidos pela reportagem mostram que 228 comunidades em 35 municípios do estado denunciaram contaminação por pesticidas entre janeiro e outubro de 2024. Do total, 214 casos (94%) correspondem a ataques por drones. As queixas vão desde intoxicações humanas até prejuízos ambientais, como o envenenamento de rios e a morte de animais. Há anos acompanhamos de perto o tema – e não vamos parar! Seguimos investigando e contando essas histórias. Apoie nosso trabalho para que possamos seguir adiante: https://lnkd.in/du5uxPu7 *Texto adaptado da última newsletter. Para receber as próximas, assine aqui: https://lnkd.in/d93SntnC Justiça Federal libera pulverização aérea de agrotóxico glifosato no Maranhão: https://lnkd.in/dJrRjJHA
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A Global Investigative Journalism Network fez uma seleção das 10 melhores reportagens investigativas em língua portuguesa publicadas no ano passado. É uma honra ter tido um trabalho citado na lista com uma das reportagens da série Ogronegócio: milícia e golpismo na Amazônia, realizada com apoio do Pulitzer Center que foi editada e publicada pela Repórter Brasil. https://lnkd.in/d4MprAWm
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Ao longo de seus 23 anos de trajetória, a Repórter Brasil revelou dezenas de casos de frigoríficos brasileiros abastecidos por pecuaristas acusados de crimes ambientais e infrações trabalhistas. Em 2024, os elos destes produtores com supermercados europeus e norte-americanos levou a um reconhecimento histórico para nossa equipe: o secretário-executivo da RB, Marcel Gomes, foi um dos vencedores do Prêmio Goldman, conhecido como o “Nobel do ambientalismo”. Foi apenas a quinta vez em que um brasileiro levou a distinção. O reconhecimento ao trabalho da Repórter Brasil veio após uma investigação de impacto significativo: seis grandes grupos varejistas de Bélgica, França, Holanda e Reino Unido suspenderam a venda de produtos de frigoríficos brasileiros, em razão de os animais terem sido criados em área desmatada ilegalmente. Em setembro, Gomes também foi escolhido pela Forbes um dos 50 líderes mundiais na área de sustentabilidade. O monitoramento da cadeia da pecuária pela Repórter Brasil levou a outras descobertas em 2024 que renderam transformações concretas. Nossas pesquisas mostraram, por exemplo, como fazendeiros da Amazônia alteraram o perímetro de suas propriedades em registros públicos para “apagar” áreas embargadas por desmatamento ilegal. Um dos casos foi o da Fazenda Pai Herói. Mesmo com os embargos ativos, a propriedade forneceu gado para a JBS em 2024, segundo dados oficiais acessados pela Repórter Brasil. Após questionamento da reportagem, a JBS informou que “preventivamente bloqueou a propriedade”. A Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso, por sua vez, prometeu investigar o caso. Os impactos gerados pelo nosso trabalho são o principal combustível do nosso jornalismo. 🔗Veja as reportagens da Repórter Brasil que mudaram 2024. https://lnkd.in/dF-WuGAh
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📽️🎧🔎RB Investiga: jornalismo em profundidade para ver e ouvir. O videocast da Repórter Brasil coloca os holofotes em temas instigantes, para explorá-los com profundidade e didatismo. Em cada episódio, um jornalista da nossa equipe mergulha em um assunto complexo, conectando-o a questões sociais, ambientais e trabalhistas, sempre com a marca da Repórter Brasil. 🔗📍Você pode assistir — ou ouvir — todos os episódios no site da Repórter Brasil: https://lnkd.in/d6HdZT73
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*Há mais de uma década, pesquiso o trabalho escravo no Brasil e acompanho as mudanças nesse cenário, especialmente nos perfis das vítimas, que cada vez mais incluem migrantes de diversas nacionalidades. A falta de dados confiáveis dificulta a criação de políticas públicas eficazes. A pergunta “Quem são os trabalhadores migrantes escravizados no Brasil?” já esteve em discussões entre a Repórter Brasil e órgãos públicos, visando entender a exploração de migrantes. Embora antiga, essa realidade só foi oficialmente registrada em 2006. Desde então, 1.212 trabalhadores de diferentes países foram resgatados em várias atividades econômicas, mas os dados ainda estavam fragmentados. A equipe do programa Escravo, nem pensar!, da Repórter Brasil, organizou essas informações de três bancos do Ministério do Trabalho, revelando dados de mais de 900 trabalhadores estrangeiros escravizados entre 2010 e 2023. O Dossiê “Trabalho Escravo e Migração Internacional” traz detalhes como nacionalidade, idade, sexo e escolaridade das vítimas, com o objetivo de subsidiar políticas públicas mais eficazes para combater o problema. Alcançar resultados consistentes, com validade científica, não apenas alenta a sanha de pesquisadores, mas sobretudo traz insumos para o aprimoramento da política pública de erradicação do trabalho escravo. Hoje, é possível saber quais são as nacionalidades mais afetadas pelo trabalho escravo, as atividades econômicas com maior incidência do problema e as localidades em que essa exploração se concentra. Entre 2019 e 2020, a questão de gênero no trabalho escravo foi tema de um estudo pioneiro, diante do fato de que apenas 5% das vítimas eram mulheres, mesmo sendo elas maioria nos empregos precários. Essa pesquisa abriu novas frentes de estudos e ações públicas focadas em mulheres em situação de exploração. Esperamos que as informações desta última pesquisa também tenham decorrências positivas para a política de erradicação ao trabalho escravo. Da nossa parte, aqui na Repórter Brasil, seguiremos as nossas investigações para responder as próximas perguntas vindouras. Natália Suzuki Gerente de Educação e Políticas Públicas *Texto adaptado da newsletter Impacto, da Repórter Brasil. Inscreva-se aqui: https://lnkd.in/d93SntnC Dossiê Trabalho Escravo e Migração Internacional: https://lnkd.in/g7xSDXsW
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A Hélen Freitas passou os últimos dois meses investigando um suposto grupo de pais e mães apartidários preocupados com a educação dos filhos. Eles tentam modificar os livros didáticos em prol de um material menos "negativo" para o agro. Se o De Olho No Material Escolar te lembrou o finado Escola Sem Partido, é por aí mesmo que a banda toca. Texto sobre como a pecuária desmata a Amazônia? Corta. Dados sobre agrotóxicos? Corta. Nem o Ferreira Gullar escapa. Afinal, o que seria das crianças ao lerem versos como “O branco açúcar que adoçará meu café/ nesta manhã de Ipanema/ não foi produzido por mim/ nem surgiu dentro do açucareiro por milagre./ [...] Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola,/ homens que não sabem ler e morrem de fome/ aos vinte e sete anos/ plantaram e colheram a cana que viraria açúcar.” O De Olho No Material Escolar ainda tem parceria com a USP e com o governo de São Paulo e forte financiamento do agronegócio. O vice-presidente do grupo, por exemplo, veio direto da Croplife, associação que representa as maiores fabricantes de agrotóxicos do mundo. Apenas neste ano, se reuniram duas vezes com Lira e Pacheco para tratar do Plano Nacional da Educação que será votado em 2025 e vai influenciar a educação no Brasil pela próxima década. Link da reportagem, que tive o prazer de editar, e foi publicada nesta quarta na Repórter Brasil nos comentários.
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O Dossiê Seguro Agrícola, especial da Repórter Brasil, é finalista na categoria Investigação da 6ª edição do Prêmio Cláudio Weber Abramo. A premiação valoriza trabalhos de alto impacto social que utilizam análise de dados para esclarecer temas de interesse público. Com coordenação de André Campos e edição de Naira Hofmeister, o Dossiê investigou a relação entre seguros agrícolas e áreas com diversas irregularidades. Grandes multinacionais seguraram lavouras ilegais no Brasil, localizadas em fazendas embargadas ou em terras indígenas, onde a produção agrícola em larga escala é proibida. Além disso, essas seguradoras concederam apólices a fazendeiros incluídos na lista suja do trabalho escravo. Todos os contratos foram firmados com o apoio financeiro do governo federal, que promete implementar este ano um sistema de verificação para evitar essas irregularidades. As reportagens e pesquisas foram realizadas pelos jornalistas Poliana Dallabrida, Isabel Harari, Gil Alessi, Bruna Bronoski, Carolina Motoki e Ruy Sposati. O Prêmio Cláudio Weber Abramo é uma iniciativa da Escola de Dados (Open Knowledge Brasil), em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Transparência Brasil, e tem como objetivo reconhecer trabalhos de excelência e fortalecer o jornalismo de dados no país. 🔗Confira o Dossiê Seguro Agrícola em https://lnkd.in/dY-UhCEk
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O Escravo, Nem Pensar!, programa educacional da Repórter Brasil, acaba de lançar um dossiê que já ganhou destaque na imprensa. Destacada no Valor Econômico, a publicação revela dados alarmantes sobre o crescimento do número de imigrantes resgatados de condições de trabalho análogo à escravidão no Brasil, que quase dobrou entre 2022 e 2023. Este relatório é o primeiro a sistematizar informações de diferentes bases de dados sobre migrantes internacionais escravizados, revelando um quadro preocupante, especialmente nas áreas de confecção e construção civil “Quem está vulnerável está suscetível a ser explorado. Mas, no caso dos imigrantes, a situação irregular os vulnerabiliza ainda mais. Há ainda a barreira cultural e linguística. Esse trabalhador tem pouca socialização e demonstra dificuldade de se expressar. A maioria não sabe se pode ou não ter carteira de trabalho, o que seria uma jornada legal, não tem rede de apoio que possa auxiliar”, explicou em entrevista Natália Suzuki, coordenadora do Escravo, Nem Pensar! O dossiê destaca que, entre os imigrantes resgatados, bolivianos e paraguaios estão no topo da lista de nacionalidades. O dossiê oferece não apenas um diagnóstico detalhado, mas também subsídios essenciais para a criação de políticas públicas que combatam essa grave violação de direitos humanos. O dossiê será lançado no próximo dia 24, no Rio de Janeiro, na XVII Reunião Científica do GPTEC - Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo da UFRJ. 🔗 📃 Para conferir o dossiê na íntegra, acesse escravonempensar.org.br
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Ao longo de 23 anos, a Repórter Brasil tem sido uma voz fundamental na denúncia de injustiças, violações de direitos humanos e do agravamento da crise ambiental. Em um país de tantas desigualdades, seguimos firmes no compromisso de revelar histórias que precisam ser contadas — muitas vezes ignoradas pelos grandes veículos de comunicação. Investigamos as entranhas do agronegócio, as áreas onde trabalhadores são explorados em condições análogas à escravidão, os rincões da Amazônia, onde a luta pela terra e pela preservação da floresta é uma batalha diária, e as cidades, onde a busca por dignidade e direitos trabalhistas se intensifica a cada dia. Além disso, desenvolvemos pesquisas que geram impacto real nas políticas públicas, com o conhecimento aprofundado das cadeias produtivas de diversas empresas. Também somos responsáveis pelo "Escravo, nem pensar!", o primeiro programa nacional de prevenção ao trabalho escravo. Hoje, 9 de outubro, celebramos não apenas nosso aniversário, mas a coragem de todos que nos apoiam e acreditam na importância de um trabalho que busca impacto real, mudando vidas e promovendo justiça. Obrigado por estar ao nosso lado nessa jornada! Que venham muitos mais anos de luta, denúncia e transformação social.