Um trecho do paper que escrevi sobre descentralização e educação dentro de estruturas de DAO.
(English and full paper below)
(…) A proposta tem influência na walking art, movimento em que os artistas percebem a caminhada como processo criativo. A criação é um princípio importante para qualquer aprendizado, pois com ela transformamos algo que já existe, assim a educação se dá em um espaço construtivo em que o aprendiz constrói o seu próprio aprendizado.
Na rua e nas experiências cotidianas você interage com outros seres humanos e acontecimentos, saindo imediatamente de uma zona previsível do espaço fechado, assim o engajamento corporal aumenta na situação e você lida, ao mesmo tempo que fala, com os aspectos emocionais e uma certa improvisação.
O movimento gera engajamento também, porque você não está somente com a mente em movimento, o corpo está comprometido integralmente com a situação e assim o tempo de pensar para falar diminui.
No Brasil temos uma proficiência baixa em um segundo idioma, o ensino escolar formal não traz experiências práticas para o ensino e um tempo de qualidade. Assim, o estudante, mesmo em um ensino privado, precisa fazer algum curso extra e lidar, muitas vezes, com uma insatisfação ao inserir o que se aprendeu em sala de aula na prática do dia a dia.
Viagens são o melhor jeito de aprender e em nosso país, viajar é luxo, é caro, é inacessível.
Assim, o brasileiro fica constantemente excluído de conversas internacionais que têm o inglês como língua franca e dominante. Como podemos burlar a exclusão e experimentar novas formas de aprender e ter mais acessos?
Seja experimentando derivas com a Talk Away, seja usando tradutores digitais, falando errado até falar certo. Construir possibilidade de comunicação.
“Imagino-os ouvindo o inglês falado como a língua do opressor, mas também os imagino percebendo que essa língua teria de ser adquirida, tomada, reclamada como espaço de resistência. Imagino que foi feliz o momento em que perceberam que a língua do opressor, confiscada e falada pelas línguas dos colonizados, poderia ser um espaço de formação de laços.” (bell hooks, p.226)
Que a língua franca seja transgredida em espaço de encontro, pontes para negócios, afetos, parcerias de todos os tipos, construção de um mundo melhor.
Por fim, trazemos aqui a fala de Ritamaria que diz que devemos entender a escuta como uma espécie de deriva, onde transitamos por diversas realidades, nos abrindo para recebê-las e por meio de uma escuta presente, transformarmos o que existe.
https://lnkd.in/dScBkDgu o