Publicação de João Paulo Faria

Ver perfil de João Paulo Faria, gráfico

Médico Geneticista e Anestesiologista. Mestre e doutorando em Medicina Molecular.

Foco no cliente: mas e se faltar o carimbo? Muito se fala sobre o foco no 'cliente' (anteriormente chamado de 'paciente'), mas a discussão macroeconômica envolvendo as operadoras e prestadores de saúde muitas vezes se distancia dos processos micro que impactam diretamente o cuidado ao paciente. Um exemplo curioso é a questão do carimbo médico e a cor da caneta usada pelo profissional. Durante o atendimento, um paciente que apresenta uma prescrição médica assinada com caneta preta pode ter seu tratamento interrompido sob a alegação de 'parecer fotocópia, solicite ao seu médico que assine com caneta azul' (sic). A ausência do carimbo, um símbolo de formalidade no Brasil, também pode ser um impeditivo para a aceitação da prescrição. Paradoxalmente, não existem regras que definam a cor da caneta a ser usada pelo médico, e existem pareceres de conselhos de medicina e farmácia que dispensam o uso e até a necessidade de carimbos. De um lado do cabo de guerra estão as operadoras, que são grupos de pessoas que se autofinanciam para acessar melhores serviços de saúde, tentando evitar desperdícios, reduzir custos e adiar o pagamento. Do outro, os prestadores enfrentam a complexidade dos processos individuais de cada operadora, com detalhes que atrasam o recebimento. Na arquibancada, os pacientes, agora chamados de clientes, clamam alto e claro para serem ouvidos. Como sempre, os setores menos favorecidos acabam sendo os mais prejudicados.

  • Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Entre para ver ou adicionar um comentário

Conferir tópicos