PORQUE O Itaú BBA E O BTG Pactual ESTÃO COMPLETAMENTE EQUIVOCADOS SOBRE AS AÇÕES DE Ambev:
Ontem as ações de Ambev caíram fortemente.
É o momento para COMPRA FORTE das ações, ao contrário do que advogam Itaú e BTG.
Vou contar-lhes uma história análoga à conjuntura de Ambev, em que identifico uma situação especial em os analistas de sell-side erram de forma irreparável:
Quando a Embraer havia criado - e estava à beira de lançar - três produtos revolucionários: o cargueiro KC 390, o modelo E190 e biposto do caça Sukhoi - o mercado (todo o sell-side) dava "venda" das ações da brasileira e "compra" da canadense Bombadier:
Eles: a aceleração das vendas de Embraer está arrefecendo.
Eu: é lógico que sim. Eles depuseram todos seus modelos consagrados e estão à beira de começar a vender jatos revolucionários. Então, a própria Embraer está focando nas opções de venda das novas séries e desestimulando a compra de antigos que não serão mais fabricados.
Eles: de qualquer forma, isso é ruim para a empresa, pois - inclusive - não conhecemos a aceitação dos novos produtos.
Eu: vocês não conhecem porque não se dão o trabalho para tanto. Eu liguei, pessoalmente eu o fiz, para todos os fornecedores dos novos modelos (GE, Rolls Royce, etc.) e para muitos clientes prospectivos (Emirates, Delta, Qatar, etc.), e uníssono, todos me afirmaram que a nova leva de produtos da Embraer mudará o mercado, são excepcionais.
As vendas e o lucro da brasileira estavam em queda e eu comprei Embraer e, de pirraça, ainda vendi a descoberto Bombardier. Entre trades, multipliquei, com essa operação, minha grana por 25.
1) analistas não entendem nada sobre estratégia empresarial e,
2) todos usavam, ao calcular valuation, a mesma planilha que a matriz lhes enviava originalmente feita para Bombardier para rodar os números de Embraer.
Percebe aqui? Para o sell-side, todos os businesses de um mesmo setor são iguais, o que importa apenas são os números daquele momento. E adoram extrapolar, não entendem os plot twists decorrentes da saga empresarial: e sempre completam dois pontos com uma reta e uma narrativa.
Analogamente, o último resultado da Ambev foi criticado por BTG e Itaú - entre outros, inclusive JP Morgan:
- "Volumes fracos".
- "Guidance para o custo do produto vendido desapontador".
- "História de recuperação de margem em ritmo menor".
- "Pressões competitivas".
Mais uma vez, they missed the whole picture:
- Volume premium de cervejas como Corona, Spaten, Original e Stella crescendo.
- Efeitos one-off Argentina e custo das commodities.
O CPV das cervejarias é algo que não se pode controlar, então a Ambev está, corajosamente, de forma a buscar cumprir seu guidance, investindo em marcas premium.
Alguém pode dizer que não se pode comparar o revolucionário KC-390 à Stella, mas trata-se da mesma inteligência de mercado.
Eu cubro Ambev e suas antecessoras há 3 décadas: todo sell-side metia o pau na estratégia da M&A da companhia. Deu na maior beverage do planeta.
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7 mQue bacana Caldas !! Vai com tudo garoto 💪