5 people found this review helpful
Recommended
0.0 hrs last two weeks / 427.5 hrs on record
Posted: 6 Sep, 2016 @ 2:07pm
Updated: 26 Dec, 2024 @ 12:22pm

O rei dos loot-shooters?

Recentemente eu estava fuçando no meu perfil da Steam vendo minhas análises e eu percebi que minha análise de Borderlands 2 já tinha 10 anos (é de 2016) e o jogo tem 12 anos (2012), fiquei chocado, céus estou ficando velho! Deixando de lado a inevitabilidade do envelhecimento humano, como estava rejogando Borderlands 2 recentemente decidi reescrever minha análise, pois a anterior era bem simples e sinto que esse jogo merece algo melhor considerando o quanto ele é importante para mim, então cá estou eu.

Se você não conhece a franquia Borderlands e está aqui por recomendação de algum amigo ou sei lá, basicamente o jogo é o pai dos loot-shooters, jogos onde você mata inimigos em busca de uma variedade de loot ("tesouros") de diferentes raridades como armas, acessórios, skins. O que difere Borderlands dos outros jogos do estilo é que ele é essencialmente um FPS RPG, e não tem micro-transações. Hoje em dia a maioria dos loot-shooters costumam ser GaaS (jogos como serviço), ou seja jogos com sistema de temporadas com itens limitados, micro-transações como impulsionadores de XP ou sorte, Borderlands não é assim, é um jogo completo e tem expansões sem coisas limitadas ou com a possibilidade de você pagar por vantagens dentro do jogo.

Agora vou aos aspectos principais do jogo.

História

A história de Borderlands 2 acontece em um planeta chamado Pandora. Este é um lugar habitado principalmente por criaturas selvagens, bandidos e psicopatas; todo dia é uma luta de vida ou morte para seus habitantes "do bem". No meio disso tudo, existem grupos muito pequenos de pessoas que se chamam Vault Hunters. São estes os personagens que escolhemos no início do jogo para iniciar a jornada. Eles são conhecidos por serem caras durões que buscam encontrar os Vaults, locais criados por aliens que, segundo as lendas, escondem os maiores dos tesouros.

Entretanto, um homem chamado Handsome Jack, que é o CEO da maior fabricante de armas do universo e um baita megalomaníaco, está caçando os Vault Hunters, a fim de ele mesmo abrir o Vault escondido em Pandora, obter ainda mais poder e matar todos aqueles que ele julga serem bandidos (basicamente, qualquer um que se opõe às suas ideias).

O principal charme da história de Borderlands 2 são os personagens, que, em sua maioria, são carismáticos e trazem uma boa dose de humor, apesar de viverem em um mundo impiedoso. Seja em missões principais ou secundárias, eles falam com você através do comunicador. Às vezes, isso é irritante por causa da quantidade de diálogos, e, em alguns momentos, as piadas são "cringe", causando pura vergonha alheia. Mas, no geral, o humor funciona, ao contrário de Borderlands 3, onde é melhor silenciar as vozes no menu do jogo, de tão mal escritos e constantes que os diálogos são. No geral, o jogo tem uma história decente, com alguns momentos memoráveis.

A grande conquista da história é o seu vilão, Handsome Jack. Sem dúvidas, ele é um dos melhores vilões dos games. Está presente na história do início ao fim, sendo extremamente carismático e interessante. Jack se vê como o herói da história e desafia a perspectiva que o jogador tem dos acontecimentos do jogo.

Gameplay

O aspecto mais importante de Borderlands 2 é o seu gameplay. Basicamente, o jogo é um FPS: mire sua arma e atire. Porém, aqui temos seis Vault Hunters distintos para escolher no início do jogo (se você tiver comprado a versão GOTY), o que é ótimo, pois o jogo pode ser jogado cooperativamente com até quatro pessoas. Cada personagem tem três árvores de habilidades, e todos têm uma habilidade especial única. Por exemplo, um personagem consegue segurar duas armas diferentes ao mesmo tempo, enquanto outro invoca um robô para ajudar. Você ganha pontos de habilidade ao subir de nível e os distribui nas árvores. No fim do jogo, cada personagem tem seus pontos fortes e fracos. Jogar com cada um deles é uma experiência distinta, dando um belo fator de rejogabilidade.

Talvez mais importante que os personagens seja o loot do jogo. Aqui temos uma variedade imensa de armas, granadas e outros equipamentos mais específicos, todos com vários níveis de raridade, sendo a raridade lendária a mais cobiçada por seus efeitos especiais. Esses itens são feitos manualmente pelos desenvolvedores e não gerados aleatoriamente pelo jogo.

O endgame

Como o jogo é possuí elementos de RPG, os inimigos têm níveis, e o seu personagem também. É necessário subir de nível e conseguir equipamentos melhores constantemente, além de fazer side-quests. Terminando o jogo uma vez, você desbloqueia o modo difícil (TVHM) e, ao terminá-lo, libera o UVHM. Cada nível de dificuldade aumenta as chances de cair loot de melhor qualidade, enquanto a vida e o dano dos inimigos aumentam. Mas você carrega o nível do personagem e todo o seu equipamento.

O endgame do jogo é atingir o nível máximo (72) e conseguir os melhores equipamentos lendários para o seu personagem, saindo para destruir todos os inimigos e chefes opcionais que trazem um desafio maior ao jogo.

Depois de jogar Borderlands 3, mudei meu ponto de vista sobre alguns aspectos. A chance de conseguir itens lendários em Borderlands 2 é muito baixa. A maioria dos jogadores casuais vai dropar, no máximo, uns cinco itens lendários do modo normal até o UVHM. Já em Borderlands 3, as chances são muito altas: caem itens lendários a todo momento. Isso também não é ideal e deveria ser mais equilibrado, mas é melhor do que passar o jogo todo sem interagir com sua parte mais divertida, que são os equipamentos lendários com seus diversos efeitos.

Se quiser ir atrás dos equipamentos lendários em Borderlands 2, você terá que se sujeitar a farmar chefes por horas, o que tira a diversão de matar inimigos comuns. No nível máximo, é mais fácil ignorá-los, pois não dropam nada de valor.

Outra coisa que não gosto são os OP Levels. São 10 níveis de dificuldade opcionais desbloqueados através de uma DLC. Cada um exige que você complete um desafio, mas a dificuldade é absurda, e a recompensa é ter que farmar todos os seus itens novamente para adaptá-los ao nível OP10. Os inimigos ficam com 10x mais vida e dano, levando uma eternidade para matar. Personagens como Gaige e Krieg são praticamente impossíveis de jogar nessa dificuldade, exigindo builds específicas e armas específicas, o que tira a graça da variedade de equipamentos que o jogo tem.

Em Borderlands 3, há um sistema parecido, mas o aumento na dificuldade e nas chances de cair equipamentos lendários é muito melhor, e todos os personagens são fortes. Enfim, há quem goste dos OP Levels, mas hoje vejo isso como uma falha. Jogar no nível 80 no UVHM é bem mais divertido, enquanto ainda mantém um bom desafio.

Conclusão

Doze anos após seu lançamento, Borderlands 2 continua sendo um dos melhores loot-shooters já criados — se não o melhor. É um jogo atemporal, incrivelmente divertido, repleto de conteúdo, e sua versão completa, que custa apenas 20 reais em promoções, oferece pelo menos 50 horas de diversão ao focar na história principal e nas DLCs. Para os mais dedicados, há centenas de horas disponíveis ao explorar tudo o que o jogo tem a oferecer.

Se você está pensando em começar na franquia, Borderlands 2 é a escolha ideal. Mesmo que não domine o inglês, é possível encontrar traduções feitas por fãs na internet, garantindo que ninguém fique de fora dessa experiência marcante.
Was this review helpful? Yes No Funny Award
Comments are disabled for this review.