Analista em Ciência e Tecnologia da empresa Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Em votação por aclamação, a ASCT rejeita a proposta de reestruturação do governo federal para as carreiras de C&T.Entenda o contexto:Entre os dias 30 de julho e 01 de agosto, ocorreu a 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação (5ª CNTI), catorze anos após a última. O tema foi PARA UM BRASIL JUSTO, SUSTENTÁVEL E DESENVOLVIDO.A ASCT aproveitou a grande oportunidade da festa para lançar a campanha de fortalecimento do setor “C&T Política de Estado”. Em seu Manifesto, destacou que os últimos anos foram decisivos para que o Estado torne C&T uma política perene para o progresso científico, tecnológico e econômico do país.A Campanha buscou chamar a atenção para alguns desafios do setor público, que é a baixa de dotação orçamentária, a qual limita a execução da política pública dos órgãos federais em razão da falta de contratação de mão-de-obra para operar os novos projetos e infraestruturas anunciadas e gerenciar as existentes. Todos os gestores da área de C&T estão bem cientes do desafio de como é lidar diariamente com a falta da valorização desses operadores, que gera a fuga de cérebros. Sabem também do desafio de ter pouco orçamento para manter a sua infraestrutura.E o tiro certeiro veio no último dia da Conferência, quando os trabalhadores da C&T receberam do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) uma proposta que, na avaliação das lideranças do Fórum de C&T, conduz às carreiras de C&T à morte por inanição.Se comparada aos cargos de gestão orçamentária e de políticas públicas, o nosso servidor com doutorado no topo da carreira recebe 40% a menos. Se comparada ao magistério superior, nosso servidor com doutorado recebe cerca de 20% a menos. Com a política salarial proposta e a introdução de cinco níveis no início da carreira, os salários iniciais dos nossos doutores são 60% inferiores aos das carreiras de Pesquisa do Ipea e de gestão de políticas públicas, por exemplo.O país precisa investir em salários mais atrativos para o setor a fim de garantir o progresso científico e tecnológico dentro do Estado, que produz políticas estratégicas e de soberania. O Brasil não pode perder o investimento que realiza em anos de educação de mestres e doutores e não retê-los. A C&T não pode sofrer contingenciamentos, seja de pessoas, seja de projetos. Somos peça essencial do Estado. Sem isso,NÃO HÁ BRASIL JUSTONÃO HÁ SUSTENTABILIDADENÃO HÁ DESENVOLVIMENTO