Publicação de Or Sassur

Ceasa de Irajá: o retrato do desperdício no setor #hortifrúti do #RiodeJaneiro A Central de Abastecimento do Rio de Janeiro (Ceasa), localizada em Irajá, é um dos principais polos de distribuição de alimentos da cidade. No entanto, o que deveria ser um símbolo de abundância e eficiência tornou-se um triste exemplo do desperdício no setor hortifrúti. Diariamente, toneladas de alimentos em bom estado são descartadas nas dependências da Ceasa. Em uma manhã típica, é comum observar comerciantes descartando caixotes cheios de frutas e legumes no chão, produtos que perderam qualidade no transporte, durante a embalagem ou no armazenamento. A manipulação inadequada e a disposição descuidada nas barracas também contribuem para a deterioração dos alimentos. Estudos indicam que mais de 30% das perdas em toda a cadeia alimentar ocorrem nas centrais de abastecimento como a Ceasa. No Brasil, aproximadamente 26,3 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente, sendo que 50% desse total se perdem durante o transporte e manuseio. A cena de alimentos sendo descartados contrasta com a realidade de muitas famílias que dependem dessas sobras para sobreviver. Pessoas como Verônica e Guilherme, moradores de Gramacho, em Duque de Caxias, frequentam a Ceasa semanalmente para coletar frutas e legumes descartados, garantindo, assim, o sustento de suas famílias. Além das perdas materiais, a Ceasa enfrenta problemas de higiene e infraestrutura. A falta de instalações adequadas para conservação das colheitas e a ausência de práticas de manuseio higiênicas contribuem para o desperdício e colocam em risco a saúde dos consumidores. Para mitigar esse cenário, a Ceasa do Rio implementou o programa Banco de Alimentos, que doa mensalmente de 40 a 50 toneladas de produtos sem valor comercial, mas ainda próprios para consumo, a instituições cadastradas. Contudo, nem todos os comerciantes participam ativamente dessa iniciativa, e o volume de alimentos desperdiçados permanece alarmante. O desperdício na Ceasa de Irajá não é apenas uma questão econômica, mas também social e ambiental. Reduzir essas perdas requer investimentos em infraestrutura, treinamento de funcionários e conscientização dos comerciantes sobre a importância de práticas adequadas de manuseio e armazenamento. Somente com uma abordagem integrada será possível transformar a Ceasa em um modelo de eficiência e sustentabilidade no setor hortifrúti.

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