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Ontem participei na Conferência “O País onde vais querer estar", superiormente organizada pela Associação Business Roundtable Portugal. Deixo a minha percepção. Por ano saem de Portugal entre 16.000 a 20.000 licenciados. Os dados mostram que 1 em cada 4 profissionais quer sair do país e esse número aumenta nas gerações mais novas: na geração Z são 50%. A contrabalança da imigração não se pode fazer. A entrada de muitos estrangeiros em Portugal não se equipara, na generalidade, ao nível de habilitações dos que saem. Ganhar experiência no estrangeiro não é negativo, bem pelo contrário, “dá Mundo”, potencia capacidades, faz crescer. O problema é quando não se quer ... ou não se pode ... regressar. Portugal tem (quase) tudo para ser o país onde se quer estar: beleza natural, segurança, cultura, história, gastronomia, clima, boa gente, um ambiente geral positivo. O que nos falta, pois!? Falta-nos crescimento sem o qual não há oportunidades, nem sucesso. Entre 2000 e 2023 o nosso PIB aumentou 2,5 vezes menos do que os nossos concorrentes diretos. Com isto torna-se muito difícil aumentar os salários e diminuir a carga fiscal. O rendimento líquido é um dos problemas que levam os profissionais a procurar alternativas além-fronteiras. Na Conferência foi-nos dado um exemplo impressivo: para o mesmo salário, em Portugal comparativamente com os Países Baixos, temos um custo adicional para o empregador de 10% e uma diminuição no rendimento líquido do trabalhador de 24%. Como pode isto ser sustentável? Não pode! Como é possível manter-se o peso da segurança social que encarga as empresas com 23,75% e os trabalhadores com 11%, para além da carga fiscal? Não é! O consumo de recursos públicos tem de ser muito mais transparente e responsável. Queremos um projeto nacional com regras sejam claras e transparentes. Infelizmente não tem sido assim. Não podemos com um Estado gordo, consumista, que retira à economia real recursos essenciais. O Estado precisa de dieta rigorosa, para que cuide do que é essencial, e deixe espaço ao desenvolvimento, à prosperidade e à geração de oportunidades. Os portugueses que trabalham fora precisam de poder desenvolver os seus projetos de vida e de profissão no nosso país, com um custo de vida sustentável e uma progressão atraente. As políticas públicas têm de promover o talento, defendendo a meritocracia. Acabar com a dependência de favores, de cunhas e de compadrios com o sector público. Precisamos de sistemas de incentivos ao regresso dos melhores trabalhadores que sustentem empreendimentos de futuro, profissionais e pessoais. Enfim, o nosso país tem fatores intrínsecos que lhe podem dar competitividade e atrair o talento, mas temos de criar confiança e condições de progressão aos nossos profissionais.
Muitíssimo bem, parabéns ! Era óptimo que existisse mudança de paradigma nestes temas. Água mole em pedra dura…!
Um abraço Miguel!
Muito bem Miguel !!
Director at Percurso Garantido
2 semTal e qual.