Atalhos

Artigo para aos juvenis, pais e técnicos interessados em minha opinião baseada nos dois anos de bate bola com o tênis brasileiro. Sintam-se convidados a debater ou discordar.

Mais um ano de bate bola com o tênis brasileiro me deu muito conteúdo para listar algumas características positivas e negativas dos nossos jovens tenistas.

Como coloquei em um post anterior joguei com 55 meninos e meninas este ano de diferentes centros e cidades.

Ao todo foram mais de 100 nestes dois anos de trabalho.

1 INTENSIDADE

Para mim um dos pontos mais importantes a debater. Por que nossos jogadores jogam tão estáticos. Falta de interesse, preguiça, falta de informação? 

Precisamos mudar isso urgente nos nossos meninos. Mas precisamos que eles entendam a importância. Em 10 minutos de treino intenso percebemos que muitos sentem a diferença de treinar intenso e treinar economizando.

2 PROFISSIONALISMO

Ainda escuto muito e

vejo tenista negociando profissionalismo. Para que aquecer, não é tão importante fazer a rotina pós jogo e nem falemos da palavra abdicar. Aqui me preocupa outro ponto. Vejo nossos jovens acreditando menos e com isso não pagando o preço integral que o esporte pede.

3 DIAS BEM TREINADOS VS DIAS RUINS

Tentei atacar esse ponto. Falando com os técnicos a maior reclamação é com a quantidade de dias bem treinados. De 10 poucos chegam a 5 bons dias. Chamo bom dia o engajamento e a concentração, não o ganhar ou perder um set. Precisamos ter 7 de 10 treinos com nota 8.

4 DISTRAÇÃO

No bate bola os meninos vem com muita atenção. Até porque são brifados pelos pais e técnicos. Sabem que sou exigente. Mas fica claro que poucos tem foco total. A tendência de desconcentrar ou ficar pouco tempo focado prejudica desempenho final.

5 TÊNIS MODERNO

Precisamos mais jovens tenistas jogando pra frente, com postura agressiva e equilibrados. A maneira que eu jogava não traz mais resultados. Esse ajuste precisa ser feito já e só se consegue se paramos de pensar em resultado momentâneo. Pensar no tenista que você quer ser amanhã.

6 VISÃO DE JOGO

Ponto importante aqui. Vi uma tendência grande de dificuldade em perceber a bola que vem e a bola que batemos. Muitos meninos e meninas não seguem a bola, não aproveitam o que fazem e se posicionam conforme sua jogada. Com isso perdem chances no ponto. Essa continuidade é treinada, falada. Isso é papel do técnico mostrar 1.000.000 de vezes.

7 LEITURA DO RESULTADO

Precisamos falar mais com nossos tenistas e treinar mais as leituras e táticas e menos a técnica ( isso é uma obrigação natural do nosso esporte) e correções.

No bate bola eles ficam loucos quando mostro como os profissionais pensam ponto a ponto e sabem tudo que está acontecendo.

8 MUITOS TORNEIOS, POUCO TREINO

Ainda vejo tenista juvenil jogando muito mais torneio que treinando. A busca por ranking e troféu tem que ser menor que a obstinação por evolução. Tenho uma tese. Tenista que fica é ganha para ganhar hoje não ganha amanhã. Tenista que fica para ganhar amanhã ganha pouco hoje. O que você prefere?

9 PESO DE BOLA SEM ERRAR

Consistência é a palavra. Não podemos aceitar ter 15 anos e errar, errar e errar. A idade já te obriga a não errar é ser agressivo. A busca pela consistência tem que ser exaustiva. O porrada bowl não existe no tênis atual. Só existe no Juvenil de nível baixo.

10 SE COMPARAR COM OS BONS

Por último um apanhado.

Nossos meninos que sonham em profissionalismo precisam entender que o tênis é uma profissão. Pelo mundo nossos adversários estão treinando forte, focados e querem muito. Não importa se vão conseguir o objetivo, cada vez que entram em quadra precisam deixar seu 110%.

Temos bons jogadores, tenistas com bons golpes. Os técnicos vieram e estão trocando informação pelo menos comigo.

Se posso dar um último conselho. Foquem mais em onde, como e porque essa bola tem que ser ali. Estudem tênis. Vejam

Mais tênis na tv e na internet. Debatam mais estratégia com seis treinadores.

Obrigado por acreditarem no bate bola.

2019 tem muito mais